terça-feira, junho 24

• hearts are broken everyday.

por Juliana Kataoka.

Só bastou ela dizer uma frase: “Eu não te amo mais”. Como desavenças de jardim, como uma criança mimada cujo bolo não deu certo, depois de tanto me machucar dizendo que podia fazer sozinho, SEM MIM, você volta correndo, chora e me abraça. Eu limpo a zona na cozinha, não questiono e acho até bonitinho.

O que eu tenho feito? Eu tenho tentado aprender a viver sem aquela nossa relação, sem o nosso nós, que me deixava tão doente. Vamos sair? Não, a gente nunca consegue sair. Quanto eu penso que acabou, você volta, me oferece o melhor dos tiros e cá voltamos ao ponto de partida.

E é tão injusto porque seja lá o que a gente faça, o tanto que a gente se desentenda, eu sempre vou estar aqui de braços, pernas e alma, com uma placa imensa escrito: “bem vindo, amor.” Eu não sei dizer não, não pra você.

Como sempre acontece, você vai enjoar de mim, brinquedo velho, tão substituível, entregue e submisso. E vai trocar pela versão atualizada que sabe falar o não que eu nunca vou aprender.

Pra você.
Porque é difícil fingir e esquecer é impossível.

Um comentário:

M. disse...

Algo particularmente corrosivo nesse desenrolar de palavras.

(: