por Juliana Kataoka.
Só bastou ela dizer uma frase: “Eu não te amo mais”. Como desavenças de jardim, como uma criança mimada cujo bolo não deu certo, depois de tanto me machucar dizendo que podia fazer sozinho, SEM MIM, você volta correndo, chora e me abraça. Eu limpo a zona na cozinha, não questiono e acho até bonitinho.
O que eu tenho feito? Eu tenho tentado aprender a viver sem aquela nossa relação, sem o nosso nós, que me deixava tão doente. Vamos sair? Não, a gente nunca consegue sair. Quanto eu penso que acabou, você volta, me oferece o melhor dos tiros e cá voltamos ao ponto de partida.
E é tão injusto porque seja lá o que a gente faça, o tanto que a gente se desentenda, eu sempre vou estar aqui de braços, pernas e alma, com uma placa imensa escrito: “bem vindo, amor.” Eu não sei dizer não, não pra você.
Como sempre acontece, você vai enjoar de mim, brinquedo velho, tão substituível, entregue e submisso. E vai trocar pela versão atualizada que sabe falar o não que eu nunca vou aprender.
Pra você.
Porque é difícil fingir e esquecer é impossível.
terça-feira, junho 24
terça-feira, junho 17
• pra você, querida.
em 26 de maio de 2008.
Daqui te vejo turva, até diria suja. Diria, mas não digo. Não à alguém que sequer sabe ouvir.
Antes de você existe o seu medo, então o disfarce para o medo, depois um disfarce para esse disfarce e só então uma sombra de um protótipo de qualquer coisa pra esconder tudo. Você se esconde, você mente, está perdida aí dentro.
Morra, tente morrer, mesmo que superficialmente, se esse é o seu modo. Mostra esse teu sangue de groselha, viva a sua insignificância, mas viva algo. Sinta alguma coisa. Você é rasa. Você é um número. Você é um resto de confete sujo que alguém chutou para baixo do sofá. Você dança abraçada a uma almofada no fim da festa, o olho sujo de tinta derretida, amarga. Isso quando ninguém está olhando.
Vive, tenta viver. Se encontra debaixo dessas tintas e vernizes. Beba, cheire, injete, bota algo aí dentro, um sopro, densidade. Algo que corra e te arraste junto. Ou então desaparece. Ache uma estrada, segura na mão de Carl Barat e vai. Esqueça as historinhas que inventou. As mentiras. Leva essa insipidez, o gosto musical equivocado, o corte de cabelo sem propósito, a meia dúzia de opiniões vazias. E vê se some da minha frente.
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ela ao menos me rendeu um texto perfeito. obrigada.
eu ia apagar este blog, mas resolvi revivê-lo.
afinal: eu adoro escrever. (;
ps.: 9 postagens deletadas.
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